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Para mudar a didática do ensino da Matemática na escola tornando-a dinâmica, rica, viva, é preciso mudar antes o conceito que se tem dessa disciplina. É preciso reconhecer que ela é fruto do trabalho humano e, como tal, está sujeita a erros e acertos. É preciso também reconhecer que ela evolui e se modifica no tempo, em função do uso que se faz dela.  Não é possível preparar alunos capazes de solucionar problemas ensinando conceitos matemáticos desvinculados da realidade, ou que se mostrem sem significado para eles, esperando que saibam como utilizá-los no futuro. Por isso, faz-se necessário pensar em tornar o ensino de Matemática uma das formas de preparar os alunos para a participação ativa dentro da sociedade. 

     O desafio para nós estudantes de licenciatura em matemática é mudar a forma de pensar e de ensinar matemática. E o estágio possibilitou um repensar da educação matemática.

 

A Observação constitui a primeira fase da disciplina Ensino da Matemática II. Foi realizada no Colégio Técnico da UFRRJ - CTUR, localizada na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ, campos de Seropédica, numa turma única de 3ª ano do Ensino Médio, no turno vespertino, sob a regência do Prof José Carlos.

    Na primeira visita à escola, fui recebido pela vice-diretora, que me apresentou à diretora, conversou comigo sobre os horários das aulas. De fato, foi grande à preocupação da professora regente e da vice-diretora em não prejudicar meu estágio, o horário se adequou aos meus horários da UFRRJ, já que meu curso era no mesmo turno do estágio. Estagiários

são sempre, ou quase sempre, muito bem vindos para os professores, pois é um certo alívio a diminuição da carga horária por uma unidade, e comigo não foi diferente. Fui informado pela diretora que é de 50 minutos a duração de cada aula e tendo um intervalo de 10 minutos entre o terceiro e quarto horário.

      Quanto à estrutura física, a escola conta com cerca de 20 salas de aula, sala de professores, sala da direção, coordenação, secretária, pátio, cantina e biblioteca de livre acesso aos alunos. A sala do 3ª ano, onde estagiei, é clara, mas muito quente devido à cobertura e às janelas que oferecem pouca ventilação. A sala se localiza próxima ao pátio, que dá acesso a todas as outras salas do mesmo prédio. A maioria das cadeiras é separada (mesa e cadeira) tendo poucas que são cadeiras com apoio para escrever, e todas são dispostas em fila. O tipo de cadeira utilizada traz prejuízos em dois aspectos: ocupa muito espaço e atrapalha a realização de atividades em grupos. A sala era pequena em relação ao número de alunos (trinta e um), alguns deles ficavam fora das filas.

     As aulas na maioria das vezes começaram no horário, mas sempre terminaram alguns minutos antes. O professor regente tinha domínio do conteúdo; o conteúdo era apresentado de forma que as dificuldades estivessem em uma escala crescente; motivava os alunos perguntando ou valorizando suas dúvidas; preocupava-se com aprendizagem; sabia se o aluno tinha a capacidade (pré-requisito) para aprender o que ele estava ensinando e resolvia exercícios adequados ao nível da turma.

      Durante as aulas observadas, o professor regente utilizou alguns recursos além do quadro negro, giz e livros didáticos, como slides e animações em computador.

 

 

                                               A escola

 

O Colégio Técnico da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CTUR) é uma instituição de ensino técnico em nível médio, vinculado à Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Fica situado às margens da BR-465, no município de Seropédica, Rio de Janeiro.

Atualmente as seguintes modalidades de ensino são oferecidas no Colégio Técnico da UFRRJ:

  • Técnico em Agroecologia, concomitância interna (Ensino Médio e Curso Técnico em Agroecologia cursados na instituição). Período integral.

  • Técnico em Agroecologia, concomitância externa (Ensino Médio já concluído ou cursando em outro colégio e curso técnico em Agroecologia cursado na instituição). Período Manhã;

  • Técnico em Hospedagem, concomitância interna (Ensino Médio e Curso Técnico em Hospedagem cursados na instituição). Período integral;

  • Técnico em Hospedagem, concomitância externa (Ensino Médio já concluído ou cursando em outro colégio e curso técnico em Hospedagem cursado na instituição). Período manhã;

  • Técnico em Meio Ambiente, concomitância interna (Ensino Médio e Curso Técnico em Meio Ambiente cursados na instituição). Período integral;

  • Técnico em Meio Ambiente, concomitância externa (Ensino Médio já concluído ou cursando em outro colégio e curso técnico em Meio Ambiente cursado na instituição). Período manhã;

  • Técnico em Agrimensura, Pós-Médio (Ensino Médio já concluído e curso técnico em Agrimensura cursado na instituição). Período manhã;

  • Ensino Médio Regular. Período manhã.

 

 

 

                                            Os alunos

 

    No primeiro dia em que tive contato com a turma o professor regente me apresentou aos alunos, sentei-me no fundo da sala e prossegui minha observação. Os alunos ficaram desconfiados e envergonhados, mas não hesitaram em conversar com os colegas.

   A turma era composta por trinta e um alunos regulares. Os alunos eram pouco agitados mas se dispersavam com certa facilidade. Nessa turma foi possível formar vários subgrupos de alunos: os atenciosos com facilidade para aprender; os desinteressados, mas com facilidade para aprender; os atenciosos com dificuldade para aprender; e os desinteressados com dificuldade para aprender. Nem todos participavam da aula, perguntando, questionando ou resolvendo os exercícios. Um fato positivo foi que a turma apresentava um nível homogêneo de conhecimento e aprendizagem.

 

 

 

                                               Conclusão

 

 

 

      O estágio foi um período em que buscamos vincular aspectos teóricos com aspectos práticos. Foi um momento em que a teoria e a prática se mesclaram para que fosse possível apresentar um bom resultado. E, sobretudo perceber a necessidade em assumir uma postura não só crítica, mas também reflexiva da nossa prática educativa diante da realidade e a partir dela, para que possamos buscar uma educação de qualidade, que é garantido em lei (LDB - Lei nº 9394/96). 

      Foram razoáveis as oportunidades de realização de um trabalho individual na tentativa de tentar sanar dificuldades específicas. Além disso, os alunos gostaram do meu período de estágio pois apresentei novas propostas, saindo do “feijão com arroz” e mostrando conteúdos já vistos porém de forma totalmente nova. Em certos momentos até fiquei meio constrangido pois eles pediam ao professor para que eu desse aula no lugar do mesmo.

      Cheguei a conclusão de que eu os conquistava e mostrava que a matemática não era algo ruim e complicado como eles pensavam, e ainda mudar a idéia que tinham de

estagiários ou eu não conseguiria concluir meu estágio. Escolhi a primeira opção, busquei na medida do possível dinâmicas para minhas aulas, conversas informais sobre a importância do estágio e do estagiário, além de investir expectativas nas aulas de laboratório. Essas expectativas foram superadas.

       Precisamos ter uma postura efetiva de um profissional que se preocupa verdadeiramente com o aprendizado, que deve exercer o papel de um mediador entre a sociedade e a particularidade do educando. Devemos despertar no educando a consciência de que ele não está pronto, aguçando nele o desejo de se complementar, capacitá-lo ao exercício de uma consciência crítica de si mesmo, do outro e do mundo, como dizia Paulo Freire. Mas como fazer isso é o grande desafio que o educador encontra, no estágio não foi diferente e busquei a cada momento ser mais que professor ser um educador. 

      Mas sem dúvida alguma o meu aprendizado foi imenso, mesmo com condições de trabalho não muito interessantes.

      Enfim, tenho a sensação de que sou vitorioso, por alcançar os objetivos traçados para este estágio, por transpor as dificuldades encontradas e, sobretudo, conquistar se não todos os alunos, pelo menos uma parte.

 

 

Relatório final

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